Por que só mexer no bolso dos jogadores?
Achar que todo jogador de futebol ganha R$1.000.000,00 por mês no Brasil é uma fantasia sem tamanho, inclusive não sei se chega a 1% a quantidade de jogadores que recebem tal salário!
Mas aí veio o Corona vírus e o mundo literalmente parou, e com o futebol não seria diferente!
Mas será que essa conta é só dos jogadores?
Por curiosidade resolvi dar uma lida no Regulamento Geral das Competições 2020 da CBF, e o capítulo VII fala justamente das disposições financeiras:
Art. 79 – A renda bruta das partidas, após deduzidos os devidos tributos dentre os quais se incluem os recolhimentos previdenciários em favor do INSS, submete-se às seguintes deduções:
I – aluguel de campo;
II – despesas administrativas da Federação local;
III – despesas referentes a controle, emissão e venda de ingressos;
IV – custo (prêmio) referente ao seguro do público presente;
V – despesas com o pessoal identificado como quadro móvel a serviço da partida, devidamente justificadas e comprovadas;
VI – taxa da Federação local correspondente a 5% (cinco por cento) da renda bruta, salvo definição de porcentagem diferente especificada no REC;
VII – despesas com os materiais e o exame antidoping que deverão ser pagas à empresa responsável pela coleta mediante apresentação de nota fiscal logo após a partida;
VIII – remuneração dos árbitros e de seus assistentes conforme tabela oficial da CA, após os descontos legais;
IX – despesas referentes a transporte, hospedagem e alimentação dos árbitros necessariamente comprovadas;
X – despesas com médicos, enfermeiros e ambulâncias.
§ 1o – O não cumprimento das disposições financeiras contidas neste RGC implica suspensão administrativa do recebimento de taxas, cotas e de toda e qualquer remessa financeira pela CBF a que os Clubes façam jus, sem prejuízo das sanções aplicáveis pela Justiça Desportiva.
Isso sem falar nos sindicatos disso e daquilo, como por exemplo, a FAAP: Federação das Associações dos Atletas Profissionais, presidida pelo ex-jogador Piazza, que fica com 1% de todas as vendas de jogadores aqui no Brasil, e ainda tem mais 0,8% dos contratos dos jogadores que vão para o Sindicato dos Atletas, ou seja, imaginem só o montante de dinheiro que estamos falando!
Agora vamos explicar em números o que acontece numa partida de futebol:
Vasco e Chapecoense na última rodada do Brasileirão se enfrentaram no Maracanã para um público de 61.021 pagantes, e uma renda de R$2.713.506,00.
Desse montante, o Vasco ficou com menos da metade: R$1.099.024,17, sendo que entre taxa da FERJ, confecção dos ingressos e despesas operacionais, estamos falando de R$ 823.269,20.
Surreal!
Enfim, muita coisa será preciso rever no mundo do futebol, mas não se pode colocar esse problema apenas na conta dos jogadores, no entanto, é bom ressaltar que a CBF na última sexta-feira resolveu por tempo indeterminado isentar todos os clubes das taxas relativas ao registro de contratos e a transferência de jogadores, o que impacta numa economia de R$1,3 milhão por mês aos clubes, segundo o próprio site da entidade.
Pois é, falar somente nos salários de 1% dos jogadores é simplificar demais a discussão …
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